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domingo, 17 de março de 2013

Puerpério - Por Laura Gutman


O Puerpério

Por Laura Gutman
(tradução livre de Flavia Penido)

Vamos considerar o puerpério como o período que transita entre o nascimento do bebe e os dois primeiros anos, ainda que emocionalmente haja um progresso evidente entre o caos dos primeiros dias –em meio a um pranto desesperado- e a capacidade de sair ao mundo com um bebe nas costas.

Para tentarmos submergirmos nas difíceis trilhas energéticas, emocionais e psicológicas do puerpério, creio necessário reconsidera a duração real deste trânsito. Refiro-me ao fato que os famosos 40 dias estipulados - já não sabemos por quem nem para que- tem a ver só com o histórico veto moral para salvar a parturiente do pedido (reclamo) sexual do varão. Mas esse tempo cronológico não significa psicologicamente um começo nem um final de nada.

Minha intenção –pela falta de um pensamento genuíno sobre o “si mesmo feminino” na situação de parto, lactação, criação e maternagem em geral- é desenvolver uma reflexão sobre o puerpério baseando-nos em situações que às vezes não são nem tanto física, nem visível, nem tão concreta, mas não por isso são menos reais. Vamos falar em definitivo do invisível, do submundo feminino, do oculto. Do que está mais além do nosso controle, mais além da razão para a mente lógica. Tentaremos nos aproximarmos da essência do lugar onde não há fronteiras, de onde começa o terreno do místico, do mistério, da inspiração e da superação do ego. Para falar do puerpério, teremos que inventar palavras, ou outorgá-las um significado transcendental.

Para nós, que já o temos transitado faz muito tempo, nos dá preguiça voltar a recordar esse lugar tão desprestigiado, com reminiscências à tristeza, sufoco e desencanto. Recordar o puerpério equivale frequentemente a reorganizar as imagens de um período confuso e sofrido, que engloba as fantasias, o parto tal como foi e não como havia querido que fosse, dores e solidões, angustias e desesperanças, o fim da inocência e o inicio de algo que dói trazer outra vez a nossa consciência.Para começar a armar o quebra-cabeça do puerpério é indispensável ter em conta que o ponto de partida é o parto, quer dizer, a primeira grande desestruturação emocional. Como descrevi no livro “maternidade e o encontro com a própria sombra ”para que se produza o parto necessitamos que o corpo físico da mãe se abra para deixar passar o corpo do bebe, permitindo uma certa “ruptura” corporal também se realiza em um plano mais sutil, que corresponde a nossa estrutura emocional. Há um algo ”que se quebra, ou que se “desestrutura” para conseguir a passagem de “ser um a ser dois”.

É uma pena que atravessamos a maioria dos partos com muito pouca consciência com respeito a este “rompimento físico e emocional”. Já que o parto é sobre tudo um corte, uma quebra, uma brecha, uma abertura forçada, igual à irrupção do vulcão (o parto) que geme desde as entranhas e que ao lançar suas partes profundas destroem necessariamente a aparente solidez, criando uma estrutura renovada.

Depois da “erupção do vulcão” nós as mulheres, encontramos com o tesouro escondido (um filho nos braços) e, além disso, com insólitas pedras que se desprendem como bolas de fogo (nossos “pedacinhos emocionais”, ou nossas partes mais desconhecidas) rodando em direção ao o infinito, ardendo em fogo e temendo destruir o que roçamos. Os “pedacinhos emocionais” vão queimando o que encontram a seu caminho. Olhamos atordoadas, sem poder crer a potência de tudo o que vibra em nosso interior. Incendiando e caindo no precipício, costumam manifestar-se no corpo do bebe (como uma planície de pasto úmido aberta e receptora). São nossas emoções ocultas que desdobram suas asas no corpo do bebe saudável e disponível.

Como um verdadeiro vulcão, nosso fogo roda por todos os vales receptores. É a sombra, expulsa do corpo.

Atravessar um parto é preparar-se para a erupção do vulcão interno, e essa experiência é tão avassaladora que requer muita preparação emocional, apoio, acompanhamento, amor, compreensão e coragem por parte da mulher e que de quem pretende assisti-la.
Todavia poucas vezes nós as mulheres encontramos o acompanhamento necessário para introduzir-nos logo nessa ferida sangrenta, aproveitando esse momento como ponto de partida para conhecer nossas renovadas estrutura emocional (geralmente bastante maltratada, por certo) e decidir o que faremos com ela.

O fato é que -com consciência ou sem ela, acordadas ou dormindo, bem acompanhadas ou sós, incineradas ou a salvo- o nascimento se produz.Lamentavelmente hoje em dia consideramos o parto e o pós-parto como uma situação puramente corporal e de domínio médico. Submetemo-nos a um tramite que com certa manipulação, anestesia para que a parturiente não seja um obstáculo, droga que permitem decidir quando e como programar a operação e uma equipe de profissionais que trabalham coordenados, possam tirar o bebe corporalmente são e felicitar-se pelo triunfo da ciência. Estas modalidades estão tão arraigadas em nossas sociedades que as mulheres nem sequer nos questionamos se fomos atrizes de nossos partos ou meras expectadoras. Se foi um ato íntimo, vivido desde a mais profunda animalidade, ou se cumprimos com o que se esperava de nós. Se foi possivel transpirar ao calor de nossas chamas ou se fomos retiradas da cena pessoal antes do tempo.

Na medida em que atravessamos situações essenciais de ruptura espiritual sem consciência, anestesiadas, dormidas, infantilizadas e assustadas...ficaremos sem ferramentas emocionais para rearmar nossos pedacinhos de chamas, permitindo que o parto seja uma verdadeira transição de alma. Frequentemente assim iniciamos o puerpério: afastadas de nós mesmas.

Anteriormente descrevíamos a metáfora do vulcão na chama, abrindo e rachando seu corpo, deixando a descoberto a lava e as pedras. Analogamente do ventre materno urge o bebe real, e também o interior desconhecido dessa mamãe, que aproveita o rompimento para correr pelas fendas que ficaram abertas. Esses aspectos ocultos encontram uma oportunidade para sair do refúgio. A sombra (quer dizer, qualquer aspecto vital que cada mulher não reconhece como próprio, a causa da dor, o desconhecimento ou o temor) utiliza a ruptura para sair de seu esconderijo e apresentar-se triunfante na superfície.

O problema para a mamãe recente é que se encontra simultaneamente com o bebe real que chora, demanda, mama, se queixa e não dorme...e ao mesmo tempo com sua própria sombra (desconhecida por definição) , inabacárvel e indefinível.
Porém concretamente com que aspectos de sua sombra se encontram? Cada ser humano tem sua personalíssima historia e obstáculos a recorrer, por tanto só um trabalho profundo de introspecção, busca pessoal, encontro com suas dores antigas e coragem poderá guiar-nos até o interior dessa mulher que sofre a traves da criança que chora.
O puerpério é uma abertura de alma. Um abismo, Uma iniciação. Se estivermos dispostas a submergirmos nas águas de nosso eu desconhecido.


Créditos de tradução: Flávia Penido 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Fusão Emocional - por Laura Gutman


A FUSÃO EMOCIONAL

Laura Gutman

Quando pensamos no nascimento de um bebê, nos parece evidente falar de separação. O corpo do bebê que estava dentro da mãe, alimentando-se do mesmo sangue, se separa e começa a funcionar de maneira independente. Tem de colocar em andamento seus mecanismos de respiração, digestão, ajuste de temperatura e outros para viver no meio aéreo. O corpo físico do bebê começa a funcionar separadamente do corpo da mãe.

Em nossa cultura, tão acostumada a ver apenas com os olhos, acreditamos que tudo o que há para compreender acerca do nascimento de um ser humano refere-se a desprendimento físico. No entanto, se elevarmos nossos pensamentos, conseguiremos imaginar que esse corpo recém-nascido não é apenas matéria, mas também um corpo sutil, emocional, espiritual. Embora a separação física aconteça efetivamente, persiste uma união que pertence a outra ordem.

De fato, o bebê e sua mãe continuam fundidos no mundo emocional. Este recém-nascido, saído das entranhas físicas e espirituais da mãe, ainda faz parte do entorno emocional no qual está submerso. Pelo fato de ainda não ter começado a desenvolver o intelecto, conserva suas capacidades intuitivas, telepáticas, sutis, que estão absolutamente conectadas com a alma da mãe. Portanto, este bebê se constitui de um sistema de representação da alma materna. Dito de outro modo, o bebê vive como se fosse dele tudo aquilo que a mãe sente e recorda, aquilo que a preocupa ou que rejeita. Porque, neste sentido, são dois seres em um.

Assim, de agora em diante, em vez de falarmos “bebê”, faremos referencia a “bebê-mãe”. Quero dizer que o bebê é na medida em que está fundido com a mãe. E, para falar de “mãe”, também será mais correto nos referirmos à “mãe-bebê”, porque a mãe é na medida em que permanece fundida com seu bebê. No campo emocional, a mãe atravessa esse período “desdobrada”, pois sua alma se manifesta tanto em seu próprio corpo como no corpo do bebê.
E o mais incrível é que o bebê sente como próprio tudo o que sua mãe sente, sobretudo o que ela não consegue reconhecer, aquilo que não reside em sua consciência, o que relegou à sombra.


Continuando nessa linha de pensamento, quando um bebê adoece, chora desmedidamente ou se altera, precisamos, além de nos fazer perguntas no plano físico. Atender ao corpo espiritual da mãe – para chama-lo de alguma maneira, reconhecendo que a doença ou a ansiedade nos levam a anular o sintoma ou o comportamento indesejável da criança, perdemos de vista o significado dessa manifestação. Ou seja, perdemos de vista algumas pedras preciosas que emergiram do vulcão interno da mãe, trazendo mensagens exatas para ela mesma, cujo desconhecimento seria lamentável.

A tendência de todos nós costuma ser rejeitar as partes de sombra que escoam pelos desvãos da alma. Por algum motivo se chama “sombra”. Não é fácil vê-la, nem reconhece-la, tampouco aceita-la, a menos que insista em se refletir nos espelhos cristalinos e puros que são os corpos dos filhos pequenos.

Concretamente, se um bebê chora muito, se não é possível acalma-lo nem o amamentando nem ninando, enfim, depois de atender às suas necessidades básicas, a pergunta deveria ser: por que sua mãe chora tanto? Se um bebê tem uma erupção, a pergunta deveria ser: por que a mãe está tão permeável? Se ele não se conecta, parece deprimido, pergunte-se: quais são os pensamentos que inundam a mente da mãe? Se rejeita o seio: quais são os motivos que levam a mãe a rejeitar o bebê? , entre outras questões. As respostas residem no interior de cada mãe, mesmo que não sejam evidentes. É nesse sentido que devemos dirigir nossa busca, na medida em que a mãe tenha a intenção genuína de encontrar a si mesma e se permita receber ajuda.
Estamos acostumados a rotular as situações nomeando-as de maneira superficial: “chora por capricho”, “pegou um vírus”, “precisa de limites!”, etc. Claro que as bactérias e os vírus são necessários para realizar a doença, permitindo que a sombra se materialize em algum lugar propício para ser vista e reconhecida.

Nesse sentido, cada bebê é uma oportunidade para sua mãe ou figura materna retificar o caminho do conhecimento pessoal. Muitas mulheres iniciam, com a experiência da maternidade, um caminho de superação, apoiadas por perguntas fundamentais. E muitas outras desperdiçam sem cessar os espelhos multicoloridos que aparecem diante delas neste período, ignorando sua intuição e achando que ficaram loucas, que não podem nem devem sentir este emaranhado de sensações disparatadas.

O bebê é sempre um mestre graças a seu corpo pequeno, que lhe permite maior expansão no campo sensível. Por isso conseguem manifestar todas as nossas emoções, sobretudo as que ocultamos de nós mesmas. Aquelas que não são apresentáveis socialmente. As que desejaríamos esquecer. As que pertencem ao passado.

Este período de fusão emocional entre o bebê e a mãe se estende quase sem alterações pelos 9 meses, quando o bebê consegue se deslocar de maneira autônoma. Só por volta do nono mês o bebê humano consegue atingir um estágio de desenvolvimento que os demais mamíferos alcançar poucos dias depois de nascer. Nesse sentido, podemos nos comparar com as fêmeas dos cangurus, que carregam suas crias durante um tempo dentro do útero e depois ao longo de um período semelhante fora dele, completando o desenvolvimento de que o bebê precisa para começar a manifestar sinais de autonomia.

AS CRIANÇAS SÃO SERES FUSIONAIS

Este modo intrínseco de se relacionar fusionalmente é comum a todas as crianças e transcorre lentamente. De fato, o recém-nascido, que só está fundido com a emoção da mãe ou da figura materna, necessita, à medida que vai crescendo e para entrar em relação com os demais, ir criando laços de fusão com cada pessoa ou objeto que ingresse em seu campo de intercambio. Assim vai se transformando em “bebê-pai”, “bebê-irmãos”, “bebê-pessoa-que-vai-cuidar-de-mim”, “bebê-objeto-que-tenho-nas-mãos”, em “bebê-outras-pessoas”, etc. O bebê é na medida em que se fundo com aquilo que o cerca, com os seres que se comunicam com ele e com os objetos que existem a seu redor, os quais, ao tocar, se transformam em parte do seu próprio ser.Isso significa que os bebê e as crianças pequenas são seres fusionais, ou seja, que, para serem, precisam entrar em fusão emocional com os outros. Este ser com o outro é um caminho relativamente longo de construção psíquica em direção ao “eu sou”.

Podemos ver um exemplo muito claro quando levamos uma criança pequena a uma festa de aniversário: as mães ficam ansiosas para que participe da empolgação, mas o pequeno não consegue sair da barra da saia do adulto. Depois, se aproxima dos animadores e observa. Quando a festa está chegando ao fim, a criança está entusiasmada, excitada, participativa e com vontade de ficar. Naturalmente não raciocina quando o adulto a puxa para ir embora. O que acontece? É um bebê caprichoso? Não, é uma criança saudável em franca fusão emocional. Precisa de tempo para estabelecer uma relação com o lugar, o ruído, o cheiro, a dinâmica, a atividade e os novos rostos... e quando já está pronto para se interrelacionar, é exigido dele mais uma vez que mude de realidade e recomece a fusão emocional com outra situação: a rua, a volta para casa, a pressa, o carro, etc. Normalmente as crianças aceitam se retirar quando levam consigo algo que as conecte com o lugar com o qual entraram em relação fusional.

É fundamental compreender que não estão sendo mal-educadas quando querem levar algum objeto, mesmo que seja insignificante (um carrinho, um doce, um enfeite), mas estão atendendo ao ser essencial da criança pequena. E que aquilo que os adultos tem de lhes oferecer é tempo para permitir que passem de uma fusão à outra. Alguns adultos se irritam diante da insistência das crianças em levar algum objeto da casa dos parentes ou amigos. Minha sugestão é que permitam, com o compromisso de devolver o objeto na próxima visita; caso contrário, as crianças acabam escondendo nos bolsos tudo o que podem, para horror dos pais, que, quando descobrem isso, ficam achando que a criança virou uma ladra!

Este estado fusional das crianças vai diminuindo com o passar dos anos, à medida que seu “eu sou” vai amadurecendo em seu interior psíquico e emocional. Mas cabe destacar que uma criança que foi levada a suportar grandes separações quando era muito pequena tenderá a permanecer em relações fusionais por muito mais tempo. Na idade adulta, isso se transforma em relações possessivas, cansativas, baseadas em ciúmes e desconfiança, que, na realidade, não passam de um grito desesperado de quem não quer ficar eternamente só.

INÍCIO DA SEPARAÇÃO EMOCIONAL

As crianças dão o grande salto por volta dos 2 anos, 2,5 anos. É quando dão início, naturalmente, a sua lenta separação emocional. O que acontece nesta fase? Começa o desenvolvimento da linguagem verbal. No princípio, chamam a si mesmas por seu nome na terceira pessoa do singular: “Matias que água”. Dentro da vivência da fusão emocional o menino está dizendo que Matias e Mamae querem água, porque são 2 em 1.

Finalmente, um belo dia acordam dizendo “eu”: “Eu quero água”. Esse é o ponto de partida no caminho da separação emocional que leva à constituição do “eu sou”, que será concluído na adolescência.

Como podem perceber, essa passagem da fusão à separação requer do ser humano longos 13 ou 14 anos, conforme cada indivíduo. Como ficamos sabendo? Limitando-nos a observar as crianças e levando em conta como as situações emocionais de seus pais influem nelas.

A título de curiosidade, pensemos nas crianças de 1 ano ou de 18 meses, que, ao olhar uma foto de si mesmas, costumar exclamar: “Mamãe!”. É que elas e a mãe são uma coisa só.

Chegar aos 2 anos e pensar, de maneira organizada, em si mesma separada dos outros representa um salto importantíssimo no processo de desenvolvimento da estrutura psíquica da criança. Não estamos nos referindo apenas aos domínio da linguagem verbal, mas a toda uma concepção de si mesmo como ser separado, capaz de interagir com os outros.
A emoção, a completude com a mãe, deixa de ser tão absoluta. Perdem definitivamente o paradisíaco, pois através da fusão com a mãe os bebês se sentem unidos ao universo. Talvez os adultos não devessem esquecer que nós todos somos uma coisa só.

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LAURA GUTMAN
A Maternidade e o encontro com a própria sombra

quinta-feira, 7 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher ou Sobre as Mulheres e a violência por trás do espelho





Contra todo esse movimento mercadológico e dos nossos canais de mídia sobre o grande e belo DIA INTERNACIONAL DA MULHER, a saber, 8 de março, penso e reflito cá com meus botões e palavras. Será que temos um dia? E para que serve este dia? Para ganhar flores e outros presentes? E para quem é todo este mise-em-scène?

Fugindo deste cenário festivo e comercial, é de bom tom lembrar que este dia surge através de manifestações das mulheres por melhores condições de vida e de trabalho, se não estou enganada, durante as pequenas e grandes revoluções bélicas, durante a 1ª Guerra Mundial. De lá para cá, parece que cada vez menos essas motivações são lembradas e acredito que há uma dificuldade cultural e coletiva para se pensar em questões que tem a ver com o papel da mulher e que lugar esta deve ocupar. São muitas (e muitas mesmo!) vertentes, diferenças e olhares. E pior, são muitas violências...ainda há muitas mulheres que sofrem abusos, são discriminadas pelas suas escolhas, que são agredidas no parto ou quando compartilham da amamentação prolongada, quando não recebem o apoio que tem direito ou que são amarradas num silêncio sem fim.

Gosto de pensar, quando em meio a “tarefas de mulher” ou não, que este lugar de SER MULHER ainda tem muito a ser desenhado, já que vem em consonância com diversos papeis:  mãe, esposa, dona de casa, profissional, solteira, casada, separada, mamífera, afetiva, neurótica, mulher, empoderada, angustiada e um caminhão de adjetivos.

Gosto de pensar também, como a tela de Picasso me sugere pensar: numa mulher ativa, colorida e geométrica (e não mórbida como a mulher de Cecília), que busca se encontrar diante do espelho. Uma mulher tentando se olhar, olhar para dentro de si e encontrar suas sombras, seus pontos com nó, se achando nesse emaranhado afetivo ou mesmo se “perdendo” nele para se empoderar em cada processo de escolha, em cada caminho traçado em suas vidas.





 

 

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