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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Você sabia que, ao nascer, os bebês são mais vulneráveis e dependentes que outros mamíferos?


Os bebês humanos exigem grandes cuidados dos pais. No que se refere ao desenvolvimento motor, químico e cerebral, a criança somente por volta dos 9 meses consegue atingir os mesmos níveis apresentados por seus primos primatas ao nascer. Isso se dá pelo fato do cérebro do bebê humano não se apresentar completamente desenvolvido quando do seu nascimento, apesar dos bebês nascerem com a cabeça relativamente grande se comparado aos demais mamíferos. Sabe-se que o cérebro do recém-nascido tem um quarto do tamanho do de um adulto, perfazendo cerca de 10% do peso corporal, enquanto que no adulto, o cérebro representa apenas cerca de 2% do peso.















Todos os recém-nascidos são “prematuros”. Isso quer dizer que, mesmo nascendo à termo, os bebês apresentam uma série de imaturidades. A amamentação, o colo, os cuidados em tempo integral protegem o bebê e fazem com que sua maturação neurológica, gastrointestinal, dermatológica ocorram mais facilmente.





Segundo a teoria da Extero Gestação

Os bebês humanos estão entre os mais indefesos de todos os mamíferos. Por causa do maior tamanho do cérebro e do fato de que o tecido nervoso necessita de mais calorias para se manter que qualquer outro, grande parte do alimento ingerido é gasto em prover nutrição e calor para as células nervosas. Mais significante é o fato de que nossos bebês necessitam nascer mais cedo do que deveriam, com seus cérebros ainda não totalmente desenvolvidos. Se o bebê humano nascesse já com o sistema nervoso central amadurecido, sua cabeça não passaria pela pelve estreita da mãe no momento do parto. Ao contrário de outros mamíferos, como girafas e cavalos, o recém-nascido humano é incapaz de andar por um longo período após o nascimento, porque lhe falta o aparato neurológico maduro para tanto. O custo primal de ter um cérebro grande é que nossos filhotes nascem extremamente dependentes e em necessidade constante de cuidado.

A seleção natural demanda que pais humanos cuidem de seus filhos por um longo período e que os filhos dependam dos pais. Esta necessidade mútua traduz-se em um estado emocional chamado “apego”. Em algumas culturas, como na tribo !Kung, bebês raramente choram por longos períodos e não há sequer uma palavra que signifique “cólica”. As mães carregam os bebês junto ao corpo, com um aparato semelhante a um “sling”, mesmo quando saem para a colheita. A relação mãe-bebê é considerada sacrossanta, eles permanecem juntos o tempo todo. O bebê tem livre acesso ao seio materno e vê o mundo do mesmo ponto de observação que sua mãe. Nossa cultura ocidental não permite um estilo de vida idêntico ao de tribos primitivas, mas podemos tirar lições valiosas sobre como ajudar nossos bebês na adaptação à vida extra-uterina. 

Nos primeiros 3 meses de vida, o bebê humano é tão imaturo que seria benéfico a ele voltar ao útero sempre que a vida aqui fora estivesse difícil. É preciso, então, compreender o que o bebê tinha à sua disposição antes do nascimento, para saber como reproduzir as condições intrauterinas. O bebê no útero fica apertadinho, na posição fetal, envolvido por uma parede uterina morninha, sendo balançado para frente e para trás a maior parte do tempo. Ele também estava ouvindo constantemente um barulho "shhhh shhhh", mais alto que o de um aspirador de pó (o coração e os intestinos da mãe).

A reprodução das condições do ambiente uterino leva a uma resposta neurológica profunda "o reflexo calmante". Quando aplicados corretamente, os sons e sensações do útero têm um efeito tão poderoso que podem relaxar um bebê no meio de uma crise de choro. 

O Dr. Karp desenvolveu 5 métodos para acalmar um bebê até 3 meses de idade, que são extremamente eficazes SOMENTE quando executados corretamente. 

1- Pacotinho, casulo, charuto. Bebês podem ser embrulhados assim que nascem. Apertadinhos, de forma que não mexam os braços. Eles se sentem confortáveis, "de volta ao útero".
2 - Posição de lado. Quanto mais nervoso seu bebê estiver, pior ele fica quando colocado sobre as costas. Segurar o bebê de lado ou com a barriga tocando os braços do adulto ajuda a acalmá-lo. Carregar o bebê num sling, com a coluna curvada, encolhidinho e virado de lado, tem o mesmo efeito. 
3- Shhhhh Shhhhh... Chiado. Para bebês novinhos, "shhh" é o som do silêncio. Ele estava acostumado a ouvir tal som 24 horas por dia, dentro do útero, tão alto quanto um aspirador de pó.
4- Balanço. O balanço imita o movimento que o bebê sentia no útero materno, e ativa as sensações de "movimento" dentro dos ouvidos, que por sua vez ativam o reflexo de acalmar. 
5- Sucção.  A amamentação em livre demanda também é recomendada para suprir a necessidade de sucção não-nutritiva. Alguns especialistas orientam às mães a darem chupetas para isso, mas ainda que a chupeta seja oferecida ao bebê, não deve ser introduzida nas 6 primeiras semanas de vida, quando a amamentação ainda está sendo estabelecida.

Fonte:
- O livro da gravidez -Vol I - Editora Duetto
- The Happiest Baby on The Block, Dr. Harvey Karp, Bantam Dell, 2002. New York.
Our Babies, Ourselves: How Biology and Culture Shape the Way We Parent, Meredith F. Small, Anchor Books, 1998. New York.

Adaptado por Érika Mariana Oliveira, psicóloga e educadora perinatal, responsável pelo Espaço de Maternagem – Clínica de Psicologia, Neuropsicologia e Educação Perinatal, em Vitória da Conquista/BA.

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