Contra todo esse movimento
mercadológico e dos nossos canais de mídia sobre o grande e belo DIA INTERNACIONAL
DA MULHER, a saber, 8 de março, penso e reflito cá com meus botões e palavras.
Será que temos um dia? E para que serve este dia? Para ganhar flores e outros
presentes? E para quem é todo este mise-em-scène?
Fugindo deste cenário festivo e
comercial, é de bom tom lembrar que este dia surge através de manifestações das
mulheres por melhores condições de vida e de trabalho, se não estou enganada,
durante as pequenas e grandes revoluções bélicas, durante a 1ª Guerra Mundial.
De lá para cá, parece que cada vez menos essas motivações são lembradas e
acredito que há uma dificuldade cultural e coletiva para se pensar em questões
que tem a ver com o papel da mulher e que lugar esta deve ocupar. São muitas (e
muitas mesmo!) vertentes, diferenças e olhares. E pior, são muitas
violências...ainda há muitas mulheres que sofrem abusos, são discriminadas
pelas suas escolhas, que são agredidas no parto ou quando compartilham da
amamentação prolongada, quando não recebem o apoio que tem direito ou que são
amarradas num silêncio sem fim.
Gosto de pensar, quando em meio a
“tarefas de mulher” ou não, que este lugar de SER MULHER ainda tem muito a ser
desenhado, já que vem em consonância com diversos papeis: mãe, esposa, dona de casa, profissional,
solteira, casada, separada, mamífera, afetiva, neurótica, mulher, empoderada,
angustiada e um caminhão de adjetivos.
Gosto de pensar também, como a
tela de Picasso me sugere pensar: numa mulher ativa, colorida e geométrica (e
não mórbida como a mulher de Cecília), que busca se encontrar diante do
espelho. Uma mulher tentando se olhar, olhar para dentro de si e encontrar suas
sombras, seus pontos com nó, se achando nesse emaranhado afetivo ou mesmo se “perdendo”
nele para se empoderar em cada processo de escolha, em cada caminho traçado em
suas vidas.
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